janeiro 13, 2016

Fragmentos de Vidas #10


Edilson Coutinho, vinte anos, simpático, inteligente, criativo, calmo, amigo, divertido, afetuoso, positivo, alegre, ...
Uma entrevista honesta e real onde percebemos que temos sempre de seguir os nossos sonhos, estejam eles a quilómetros de distância ...


Como te estás a sentir agora, antes de responderes às perguntas?
No momento sinto-me bastante cansado. Acabo agora uma semana intensa de frequências e entregas de trabalhos finais da universidade. Preciso mesmo de uns dias de descanso e, embora seja sexta-feira, o esforço não pode parar por enquanto. Aparte disso, estou bem.

Qual a música que define a tua vida?
É difícil de responder. Na verdade, não acredito que exista uma música que defina a minha vida, pois é impossível conhecer toda a indústria musical. E com o passar do tempo, acabo sempre por conhecer mais bandas, mais artistas e, consequentemente, mais músicas. Mas se tivesse de mencionar uma música que mais transmite sobre mim, seria Daughter – Medicine.

Qual a tua palavra favorita? Porquê?
Gosto de palavras caras. Paradoxo, loquaz, júbilo, são algumas delas. Mas paradoxo, talvez é uma das que mais me caracteriza por dizer que a minha vida é um verdadeiro paradoxo.

Tem alguma importância, na tua vida, teres nacionalidade brasileira? Porquê?
Sim, tem. São as minhas origens e embora não seja uma pessoa nacionalista, reconheço sempre a minha terra Natal como algo intrínseco à minha personalidade.

A fotografia faz parte da tua vida! Quais os sentimentos que tens quando fotografas?
Sinto que consigo alcançar o mundo através de um simples olhar. Para além de me expressar através de imagens, com elas consigo idealizar a minha realidade e transmitir os meus desejos, sonhos, objetivos e pensamentos.



“Uma imagem vale mais que mil palavras”. Já utilizaste fotografias para expressar as tuas emoções? Porquê?
Como referi anteriormente, utilizo-as para me expressar. É uma forma fácil de conseguir transmitir as minhas emoções e sem ter que explicar o porquê de ser assim. Simplesmente é assim.

O que mais gostas de fotografar? Porquê?
Prefiro fotografar espaços decorativos ou objetos. Embora, cada vez mais, tente alargar as minhas experiências e fotografe bastantes pessoas ou paisagens.

Acreditas em Deus? Porquê?
A minha família é católica e embora não sejam muito praticantes, sempre me educaram com esses ideais. Por isso afirmo que cresci a acreditar que sim. Talvez me habituei a essa crença e, hoje em dia, não consigo afirmar que é algo a que estou indiferente. Todos devemos acreditar em algo.

Acreditas na vida depois da morte? Porquê?
Não acredito na vida física depois da morte. Mas acredito que a energia do nosso corpo não se perde, transforma-se.

Gostavas de fazer uma tatuagem? Se sim, o quê?
Sim, já estive bastante inclinado para fazer várias e hoje agradeço por não as ter feito. Não que me viesse a arrepender, todas elas tinham significado para mim, mas porque, cada vez mais, consigo ter uma visão do meu futuro e não me imagino daqui a 10 anos com essas mesmas tatuagens. Acredito que se tivesse de fazer uma tatuagem na atualidade, seria alguma em conjunto com a minha mãe. Embora seja um assunto que não pense muito.


Estás a tirar o curso (Comunicação Social) que sempre quiseste? O que te levou a escolher?
Acho que sim. Não é uma dúvida, mas antes um medo. Sempre me imaginei na profissão de fotojornalista e se algum dia realizar esse sonho, penso que fico profissionalmente realizado. Todavia nem sempre foi assim. Aos poucos fui ganhando outros interesses por outras áreas e talvez por questões de segurança, decidi candidatar-me a outros cursos. O facto de não ter entrado e de ter feito o meu gapyear foi uma experiência que me despertou muitos interesses, tal como uma nova maneira de ver a minha situação atual. Por isso, no ano seguinte decidi voltar a candidatar-me ao ensino superior e entrei na minha primeira opção.

Como é estudar fora da tua cidade? Quais as principais dificuldades?
A principal dificuldade é a adaptação. Existem pessoas que ficam facilmente integradas, mas para quem vem de uma cidade tão distante e tão central como a minha, torna-se difícil ser tão bem acolhido como na minha terra.

É complicado gerires o tempo de modo a fazeres tudo aquilo que queres?
Sim. Ainda hoje sinto dificuldades em gerir o meu tempo, embora ache que na verdade não falho muitas vezes quanto isso. Tento sempre dar o meu melhor nas minhas tarefas, mas quando há sobrecarga de afazeres, torna-se difícil.

Que conselho darias a quem vai estudar fora da sua cidade?
Em primeiro lugar incentivo a 100 por cento, pois nunca é demais alargar as nossas faculdades. Dou o conselho para terem cuidado, pois apesar de ser bom estudar, quando estamos longe da nossa casa a nossa vida pode ser completamente diferente.

Com que pessoa famosa gostarias de ter uma hora de conversa? Porquê?
Lana Del Rey. Sem dúvida por ser o meu ídolo desde há muito tempo.


O que sentes quando conduzes?
Sinto algo que não tem descrição. E não digo isto de uma forma fabulosa, apenas porque não sei que sentimento hei de atribuir ao facto de conduzir por se ter tornado uma tarefa banal para mim.

O que é preciso para te conquistarem? Já te conquistaram?
É preciso ganharem a minha confiança e, sobretudo, estarem interessados. Sim, já fui conquistado.

O que queres para o futuro?
Para o futuro desejo o mesmo que desejo a todas as pessoas, uma vida folgada e bem-sucedida em todos os campos.

Alguém te deve um pedido de desculpa?
Infelizmente.

Do que mais te arrependes na vida?
Penso que ainda não vivi o suficiente para responder a essa questão. Cheguei agora ao patamar dos 20 e sinto-me um completo jovem. Mas talvez nestes anos o que menos gostei no meu percurso, foram as más influências. Deixar-me levar por pessoas que já não valiam o meu esforço.


Do que tens mais medo?
Perder quem mais amo.

Do que sentes falta?
Da minha família. Da Beatriz e do Tomás. De alguns momentos do passado.

Quem é a pessoa mais importante na tua vida? Porquê?
A minha mãe. Ela é o meu porto de abrigo e representa tudo na minha vida. Se hoje sou quem sou, é tudo graças a ela.

Como gostarias de morrer?
Gostaria de morrer de uma forma digna. Não queria ser louvado, mas lembrado. E gostaria também de doar os meus órgãos e que queimassem o meu corpo, para o lançarem ao mar.

O sol é para todos, a sombra para alguns, e o subsolo?
O subsolo poderá ser para os curiosos. O oculto está acessível a todos mas só os mais perspicazes o alcançam.

Quem é que te inspira? Porquê?
Muitas pessoas e muitos artistas. Os meus amigos mais chegados inspiram-me por partilhamos, na maioria das vezes, gostos similares. Há também uma série de artistas que me inspiram pelo que transmitem para os media.

Para ti o que é a felicidade?
Para mim felicidade é estarmos realizados com a vida, mas, para além disso, connosco próprios em todos os níveis.


Todas as fotografias foram cedidas pelo convidado. Podem ver estas e outras através do seu instagram, aqui (@umedilson).

Agradeço novamente ao Edilson por ter respondido às minhas perguntas e também por ter partilhado as suas fotografias. Muito obrigado.


Chega assim ao fim mais uma entrevista, onde ficámos a conhecer fragmentos desta vida. Mais uma pessoa comum entre muitas a ser entrevistada, quem sabe se da próxima vez não és tu a responder às minhas questões ...

O que achaste desta entrevista?

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