Cuidado com a escolha que fazes! Neste capítulo tu decides a forma de tortura!
03. A Máscara
Trovejava, chovia e estava um frio de rachar naquele dia mas para mim era o melhor desde há alguns meses. O funeral da velha era naquela tarde mas principalmente tinha acordado a sentir as pernas, graças a um esforço diário poderia voltar a andar.
O quarto estava vazio, o Isaac devia estar com a namorada, aquele seria um momento muito importante para mim, tentaria levantar-me da cama.
Sentia o sangue a correr-me nas pernas, a emoção de poder voltar a dançar estava ao máximo, lentamente mexi os dedos dos pés, depois tentei arrastar uma perna e depois a outra, estava a conseguir, segundos depois já estava sentado na cama, os pés tocavam no tapete, sentia os pelos deste enquanto deslizava os pés, a parte mais difícil tinha chegado, levantar-me, apoiei as mãos na cabeceira da cama e fui-me puxando para cima, estava a conseguir, depois de tantos meses de dor esta finalmente tinha desaparecido, estava de pé, soltei a cama e recuperei o equilíbrio perdido, avancei lentamente até à janela do quarto, eu tinha conseguido, eu tinha voltado a andar.
Agora estava na altura de finalmente colocar o meu plano em prática e destruir a pessoa que me tinha atropelado.
Olhei pela janela e reparei que nenhum dos carros estava parado à porta, estava sozinho em casa, a minha família devia estar a receber consolo de outros parentes por isso peguei na roupa que o meu irmão tinha deixado em cima da cama, coloquei-a em cima da cadeira e dirigi-me para a casa de banho, não queria correr o risco de ser apanhado a andar por alguém, usaria esta máscara de paraplégico até me dar jeito.
Saí do quarto, ao passar pelo corredor olhei na direção das escadas e lembrei-me da minha queda, ri-me e fui até lá empurrando a cadeira, ia preparar-me para experimentar as escadas quando ouvi uma porta a abrir-se no corredor, imediatamente tirei a roupa da cadeira e sentei-me, pouco depois apareceu a minha suposta irmã, Rose, sete anos mais nova, os meus pais decidiram dar-lhe esse nome em homenagem à velha, Rosemary.
- Estás em casa? - Perguntei admirado.
- Não me estás a ver aqui? Claro que estou! - Era igual à velha, tinham exatamente o mesmo feitio.
- Estava a tentar ser simpático! - Respondi arrogante. - Pensei que tivesses com os pais ...
- Pensaste mal! Mas já que queres tanto saber vou ter com eles agora. Até logo bailarino ... ai desculpa enganei-me ... ex-bailarino. Agora estás paraplégico! - Deu um risinho e depois desceu as escadas. Ao longe ouvi a porta a fechar.
Aquela miúda irritante estava quase a pagá-las mais uma ou duas provocações e ia fazer companhia à sua querida avó.
Fui para a casa de banho, tranquei a porta à chave e levantei-me da cadeira, tinha saudades da sensação de me poder mexer totalmente. Liguei a água, tirei a roupa e entrei no duche, já não recordava a forma da água a deslizar-me pelas pernas e eu a senti-la completamente, adorei.
Regressei ao quarto algum tempo depois, estava sentado na cadeira por precaução, fechei a porta e fui para junto da secretária, a seguir liguei o computador. Tinha uma mensagem da Mirna, enviada há quarenta e cinco minutos, li e respondi, segundos depois tinha a resposta dela. Passámos mais de duas horas à conversa quando lhe contei o facto de ser paraplégico, ela foi a única pessoa que não demonstrou pena, gostei disso, talvez existisse uma possibilidade de satisfazer algumas necessidades que foram acumulando ao longo destes meses. Quando olhei para o relógio estava quase na hora do funeral, despedi-me dela e liguei ao meu gémeo, estava a chegar.
Já estava na cemitério a assistir àquele espetáculo maravilhoso, só faltava o champanhe e uns aperitivos para ser o evento do ano, à minha volta as pessoas choravam e lamentavam a perda da velha, eu tinha levado uns óculos escuros apesar da chuva e da trovoada, os chapéus negros cobriam o local. Tinha chegado a hora dos familiares e amigos dedicarem algumas palavras, a minha família foi toda primeiro, era a minha vez quando a Rose começou a dizer que eu devia estar calado e não dizer nada porque ela nunca gostou de mim, o Isaac acalmou-a, eu ignorei-a e comecei a minha despedida.
- Querida avó, apesar de todas as divergências na nossa vida, mesmo depois de tudo o que me fizeste, eu perdoei-te por seres da minha família, do meu sangue. Infelizmente partiste cedo demais, deixaste este mundo mais pobre, um dia iremos estar todos juntos novamente mas até lá, espero que fiques a cuidar de nós aí em cima. Obrigado e um beijo. - Fingi emocionar-me, o discurso que eu pensara enquanto estava no banho tinha dado resultado, as pessoas olhavam para mim com os seus olhos brilhantes, estava com uma vontade tremenda de rir mas não o podia fazer. Inesperadamente senti uns braços ao meu redor e quando olhei para ver quem era ouvi a minha mãe a sussurar ao meu ouvido.
- Desculpa-me por tudo! Foram palavras muito bonitas. - Enquanto falava, chorava no meu ombro. O problema é que agora já era demasiado tarde para aceitar.
Algum tempo depois da farsa ter terminado voltei para casa e sentei-me ao computador a falar com a Mirna. O Isaac tinha ido dormir a casa delas, visto que estas moravam juntas. Ela perguntou-me do funeral e eu fiz-me de coitadinho e muito triste, ela preocupou-se e muito simpática ofereceu os seus abraços para me fazer sentir melhor. Resolvi começar a jogar.
"Porque não vens cá a casa?"
"Isso seria uma espécie de primeiro encontro!" - Fantasiei com as suas palavras.
"Se quiseres vir ... Sabes onde estou!"
"Isso é um convite?"
"Entende como quiseres ... Quero um abraço!" - Utilizei frases de sedução para a atrair.
Meia hora depois nem tanto ouvi o som da campainha e pouco depois bateram à porta do meu quarto, disse para entrar e quando a porta se abriu eu vi-a. Era ainda mais gira pessoalmente.
- Olá! - Disse ela timidamente.
- Olá, entra, não fiques aí à porta! - Pedi.
Ela entrou e eu fui fechar a porta para termos mais privacidade, aproximou-se do meu rosto e deu-me um beijo na cara, seguido de um abraço. Bloqueei! Pela primeira vez senti algo diferente que nunca tinha sentido com outra mulher, um arrepio desde o fundo das costas até à cabeça, passando pela barriga, uma sensação quase inexplicável. Retribui o abraço e o beijo.
Ficámos mais uma hora ou duas à conversa, durante esse tempo as nossas mãos tocaram-se várias vezes, sentia o seu aroma a cada instante e estava a ficar fascinado. Depois ela teve de se ir embora porque trabalhava no dia seguinte e ainda queria descansar.
Apesar de tudo não podia deixar o meu plano de lado e passei à primeira etapa, peguei no telemóvel, procurei o número que queria e marquei.
- Estou ... - Disse a voz do outro lado.
- Olá! Lembras-te de mim?
- Quem fala? - Questionou a pessoa.
- Atropelaste-me e agora perguntas quem fala? Pensavas que eu tinha morrido era? Não te preocupes que isso não aconteceu. Só te liguei para teres cuidado ... - E desliguei a chamada!
No lado de fora do quarto ouço o meu pai a bater à porta do quarto dele, pelos vistos a minha mãe tinha-se trancado lá dentro a chorar.
Tinha passado uma semana desde o funeral, o meu pai optou por levar a minha mãe numa viagem para esta poder descansar, o Isaac passava bastante tempo em casa da Arya e eu ficava fechado naquele quarto recebendo a companhia da Mirna diariamente enquanto a Rose me chateava a cabeça. A cada dia sentia-me cada vez melhor das pernas.
Estava no computador quando senti uma necessidade de voltar a dançar gigante. Levantei-me fui até à porta, tranquei-a e liguei a música, iniciei uma coreografia simples mas que me dava uma tremenda liberdade em realizar, de repente ouvi um estrondo na porta, sentei-me na cadeira e fui abrir, era a Rose.
- Porque é que tens a música a tocar? Para relembrar a tua antiga vida? Isso agora acabou. Estás numa cadeira de rodas para sempre! - Provocou.
- Nada é definitivo! - Respondi.
- Sonha com isso sonha! Olha, já que fizeste o favor de me incomodar venho dizer-te que logo vou a uma festa, vou sair daqui às oito.
- E quem é que autorizou? - Perguntei de forma a irritá-la.
- Tenho dezanove anos! Posso fazer o que quiser da vida ... - Começou até que a interrompi. - Estás à vontade!
Ela saiu e a minha vontade de lhe dar um tratamento especial estava a aumentar, ia ser naquela noite mas antes precisava de marcar um encontro com a Mirna também para essa noite, só que um pouco mais tarde, liguei-lhe e marquei.
Estava quase na hora da Rose sair, quando comecei a preparar o meu plano ...
- Estava a tentar ser simpático! - Respondi arrogante. - Pensei que tivesses com os pais ...
- Pensaste mal! Mas já que queres tanto saber vou ter com eles agora. Até logo bailarino ... ai desculpa enganei-me ... ex-bailarino. Agora estás paraplégico! - Deu um risinho e depois desceu as escadas. Ao longe ouvi a porta a fechar.
Aquela miúda irritante estava quase a pagá-las mais uma ou duas provocações e ia fazer companhia à sua querida avó.
Fui para a casa de banho, tranquei a porta à chave e levantei-me da cadeira, tinha saudades da sensação de me poder mexer totalmente. Liguei a água, tirei a roupa e entrei no duche, já não recordava a forma da água a deslizar-me pelas pernas e eu a senti-la completamente, adorei.
Regressei ao quarto algum tempo depois, estava sentado na cadeira por precaução, fechei a porta e fui para junto da secretária, a seguir liguei o computador. Tinha uma mensagem da Mirna, enviada há quarenta e cinco minutos, li e respondi, segundos depois tinha a resposta dela. Passámos mais de duas horas à conversa quando lhe contei o facto de ser paraplégico, ela foi a única pessoa que não demonstrou pena, gostei disso, talvez existisse uma possibilidade de satisfazer algumas necessidades que foram acumulando ao longo destes meses. Quando olhei para o relógio estava quase na hora do funeral, despedi-me dela e liguei ao meu gémeo, estava a chegar.
Já estava na cemitério a assistir àquele espetáculo maravilhoso, só faltava o champanhe e uns aperitivos para ser o evento do ano, à minha volta as pessoas choravam e lamentavam a perda da velha, eu tinha levado uns óculos escuros apesar da chuva e da trovoada, os chapéus negros cobriam o local. Tinha chegado a hora dos familiares e amigos dedicarem algumas palavras, a minha família foi toda primeiro, era a minha vez quando a Rose começou a dizer que eu devia estar calado e não dizer nada porque ela nunca gostou de mim, o Isaac acalmou-a, eu ignorei-a e comecei a minha despedida.
- Querida avó, apesar de todas as divergências na nossa vida, mesmo depois de tudo o que me fizeste, eu perdoei-te por seres da minha família, do meu sangue. Infelizmente partiste cedo demais, deixaste este mundo mais pobre, um dia iremos estar todos juntos novamente mas até lá, espero que fiques a cuidar de nós aí em cima. Obrigado e um beijo. - Fingi emocionar-me, o discurso que eu pensara enquanto estava no banho tinha dado resultado, as pessoas olhavam para mim com os seus olhos brilhantes, estava com uma vontade tremenda de rir mas não o podia fazer. Inesperadamente senti uns braços ao meu redor e quando olhei para ver quem era ouvi a minha mãe a sussurar ao meu ouvido.
- Desculpa-me por tudo! Foram palavras muito bonitas. - Enquanto falava, chorava no meu ombro. O problema é que agora já era demasiado tarde para aceitar.
Algum tempo depois da farsa ter terminado voltei para casa e sentei-me ao computador a falar com a Mirna. O Isaac tinha ido dormir a casa delas, visto que estas moravam juntas. Ela perguntou-me do funeral e eu fiz-me de coitadinho e muito triste, ela preocupou-se e muito simpática ofereceu os seus abraços para me fazer sentir melhor. Resolvi começar a jogar.
"Porque não vens cá a casa?"
"Isso seria uma espécie de primeiro encontro!" - Fantasiei com as suas palavras.
"Se quiseres vir ... Sabes onde estou!"
"Isso é um convite?"
"Entende como quiseres ... Quero um abraço!" - Utilizei frases de sedução para a atrair.
Meia hora depois nem tanto ouvi o som da campainha e pouco depois bateram à porta do meu quarto, disse para entrar e quando a porta se abriu eu vi-a. Era ainda mais gira pessoalmente.
- Olá! - Disse ela timidamente.
- Olá, entra, não fiques aí à porta! - Pedi.
Ela entrou e eu fui fechar a porta para termos mais privacidade, aproximou-se do meu rosto e deu-me um beijo na cara, seguido de um abraço. Bloqueei! Pela primeira vez senti algo diferente que nunca tinha sentido com outra mulher, um arrepio desde o fundo das costas até à cabeça, passando pela barriga, uma sensação quase inexplicável. Retribui o abraço e o beijo.
Ficámos mais uma hora ou duas à conversa, durante esse tempo as nossas mãos tocaram-se várias vezes, sentia o seu aroma a cada instante e estava a ficar fascinado. Depois ela teve de se ir embora porque trabalhava no dia seguinte e ainda queria descansar.
Apesar de tudo não podia deixar o meu plano de lado e passei à primeira etapa, peguei no telemóvel, procurei o número que queria e marquei.
- Estou ... - Disse a voz do outro lado.
- Olá! Lembras-te de mim?
- Quem fala? - Questionou a pessoa.
- Atropelaste-me e agora perguntas quem fala? Pensavas que eu tinha morrido era? Não te preocupes que isso não aconteceu. Só te liguei para teres cuidado ... - E desliguei a chamada!
No lado de fora do quarto ouço o meu pai a bater à porta do quarto dele, pelos vistos a minha mãe tinha-se trancado lá dentro a chorar.
Tinha passado uma semana desde o funeral, o meu pai optou por levar a minha mãe numa viagem para esta poder descansar, o Isaac passava bastante tempo em casa da Arya e eu ficava fechado naquele quarto recebendo a companhia da Mirna diariamente enquanto a Rose me chateava a cabeça. A cada dia sentia-me cada vez melhor das pernas.
Estava no computador quando senti uma necessidade de voltar a dançar gigante. Levantei-me fui até à porta, tranquei-a e liguei a música, iniciei uma coreografia simples mas que me dava uma tremenda liberdade em realizar, de repente ouvi um estrondo na porta, sentei-me na cadeira e fui abrir, era a Rose.
- Porque é que tens a música a tocar? Para relembrar a tua antiga vida? Isso agora acabou. Estás numa cadeira de rodas para sempre! - Provocou.
- Nada é definitivo! - Respondi.
- Sonha com isso sonha! Olha, já que fizeste o favor de me incomodar venho dizer-te que logo vou a uma festa, vou sair daqui às oito.
- E quem é que autorizou? - Perguntei de forma a irritá-la.
- Tenho dezanove anos! Posso fazer o que quiser da vida ... - Começou até que a interrompi. - Estás à vontade!
Ela saiu e a minha vontade de lhe dar um tratamento especial estava a aumentar, ia ser naquela noite mas antes precisava de marcar um encontro com a Mirna também para essa noite, só que um pouco mais tarde, liguei-lhe e marquei.
Estava quase na hora da Rose sair, quando comecei a preparar o meu plano ...
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