04. Frágeis Memórias
Vinte e um dias após a morte e o funeral da minha irmã algumas coisas mudaram, a minha mãe foi internada numa clínica de repouso por ter ficado à beira de uma depressão, que pena não ter ficado mesmo, o meu irmão e a Arya oficializaram a relação com duas alianças de compromisso, foi um gesto bonito da parte dele mas piroso, embora também o fizesse pela Mirna, o meu pai começou a beber e agora passa os dias bêbado, tenho de lhe oferecer algumas garrafas, e eu mudei-me novamente para a minha casa apesar da insistência do meu irmão para ficar.
Durante estes dias apesar de não estar minimamente triste fiz o meu papel de coitadinho e a Mirna foi um grande apoio, eu que nunca quis ninguém definitivo na minha vida estava a mudar de opinião a cada dia graças a ela. Gosto da sua companhia e quero estar mais tempo com ela, sempre que estamos juntos o meu lado negro desaparece, a Mirna tem esse poder, consigo transformar-me numa pessoa que eu quase desconheço, não sei se isso é bom sinal.
Depois de muito pensar cheguei à decisão que aquele seria um dia muito importante para mim, já a conhecia quase há um mês, estávamos juntos todos os dias durante várias horas, naquele momento liguei-lhe e convidei-a para jantar em minha casa, ela aceitou.
Ainda faltavam algumas horas para o jantar e tinha uma última vingança preparada para a pessoa que me atropelou. Depois de ter descoberto o local onde esta se encontrava, passei finalmente à ação, tinha esperado mais de seis meses por este dia e agora ninguém iria impedi-lo, meti as luvas, preparei a arma, coloquei-lhe o silenciador e saí.
Desde que voltei a andar só conduzi uma dúzia de vezes e sempre para locais próximos, esta seria a viagem mais longa depois da recuperação mas valeria a pena só para a aniquilar.
Cheguei à academia de dança e fiquei dentro do carro. Com o telemóvel descartável que tinha comprado, liguei-lhe.
- Olá! Temos contas para ajustar, não te parece?
- És um louco, psicopata, assassino! Vou é entregar-te à policia. - A ameaça dela era bem possivel, mas previsível.
- Faz isso e o teu marido morre com um tiro nos cornos neste exato momento. - Disse muito tranquilamente, bluff era o que me iria safar desta vez. - Se tentares comunicar com alguém seja de que forma for eu saberei! Estás vigiada ... - Depois disse-lhe para vir ter comigo a casa do filho, o que a fez exaltar-se e ofender-me de várias formas, sem a deixar desligar mantive a comunicação.
Vi-a a sair desesperada da academia, liguei o meu carro, ela entro no seu, meti o sinto, ela arrancou, segui-a até ao destino.
Àquela hora a rua estava deserta, as pessoas estavam a trabalhar ou na escola, ela estacionou e correu para a porta do filho. Parei o carro, arranjei a arma e saí em direção à porta da casa, ela procurava rapidamente a chave na mala quando lhe toquei com a arma nas costas, ela assustou-se e eu mandei-a calar-se e abrir a porta, assim fez apesar de ter demorado mais um minuto até encontrar a chave. Entrámos e mandei-a sentar-se no sofá, eu fiquei de pé a olhar para ela.
- Então Leona como está? Já não nos víamos há mais ou menos seis meses ... - Ironizei. - Não tem nada para me dizer? - Enquanto falava apontava-lhe a arma.
- Seu desgraçado! Onde está o meu marido? - Perguntou.
- Bluff! - Ri.
- Eu sei que foste tu que mataste o Zack! Como foste capaz? - Começou a chorar. - Vocês eram amigos! E como é que voltaste a andar? - A raiva tinha-se apoderado dela.
O Zack tinha sido a minha segunda vítima, ele só morreu por causa da mãe e agora aqui estava ela a vingar-se pelo filho, que irónico. Só não percebi como é que ela descobriu que tinha sido eu.
- Mas como é que descobriu? - Perguntei curioso.
- A mensagem que me enviaste dizia "Olá mãe, estou com uma problema. Preciso que venha cá! Beijinho.", primeiro o Zack nunca me tratou por você e depois ele nunca escreveria beijinho, mesmo assim vim cá a casa e quando cheguei vi a cena macabra que encenaste, o corpo dele já sem vida a boiar na piscina, és maquiavélico!
- Mas isso não explica o facto de saber que fui eu!
- Tu combinaste um encontro com ele! Para teu azar eu falei ao telemóvel com ele depois disso e disse-me que naquele dia iria ficar em casa e que ia passar a tarde contigo. - Aquela revelação tinha-me apanhado de surpresa, afinal não tinha sido tão cuidadoso como pensava.
- A quem é que contou? - Perguntei enquanto continuava de arma em riste.
- Só eu sei, por enquanto! Pensei que tinhas morrido, mas depois ligaste-me e agora estás a andar. - Fez uma pausa. - Não entendo como é que é possivel! És um demónio! - Disse confusa.
- Não! Só sou um ser com muita sorte! Fisioterapia e uma queda acidental foram a fórmula para o sucesso. Mas isso agora não interessa! - Calei-me e deixei o silêncio imperar.
Podia torturá-la mas decidi ser rápido e despachar aquilo rapidamente, não sem antes criar uma situação de suicídio, obrigando-a a escrever uma carta de despedida e a dizer que não conseguia viver sem o filho, depois aproximei-me dela encostei a pistola à cabeça e disparei. Ela tombou sobre o sofá, coloquei-lhe a arma na mão e olhei uma última vez para a situação com o dever de missão comprida. Agora poderia voltar a ser eu, livre e feliz.
Tinha regressado a casa, faltava uma hora para a Mirna chegar, estava a tomar um banho de imersão para relaxar, depois de tanta confusão nos últimos meses merecia. Quando saí da banheira, vesti-me e arranjei a mesa, enquanto o jantar ficava pronto, acendi umas velas e liguei a música, para criar um ambiente descontraído. Tocaram à campainha, devia ser ela, sentei-me na cadeira de rodas e fui abrir a porta.
Quando a vi o meu coração disparou, estava num justo vestido preto, o que deixava transparecer a sua bela forma física, o cabelo cobria-lhe os ombros e o sorriso iluminava-me os olhos, demos um beijo e pedi-lhe para entrar e sentar-se no sofá, ela assim fez.
- Como sabes eu gosto muito de estar contigo e confio imenso em ti, por isso gostava que fosses a primeira a ver ... - Aquela era uma prova de amor e confiança que lhe estava a dar.
- Estás a deixar-me nervosa!
- Desde que te conheci ganhei uma nova força e coragem para tentar. - Não era de todo verdade mas eram palavras bonitas de se dizer. - Foi graças a ti que consegui ... - Lentamente fui-me levantando da cadeira até ficar de pé.
O seu rosto era de pura surpresa, estava a olhar para mim de boca aberta sem dizer nada. Talvez tivesse cometido um erro ao confiar nela, se calhar ainda era demasiado cedo. De repente ela abraçou-me e agradeceu por lhe ter contado. Beijei-a e ficámos ali abraçados durante uns minutos até ouvir o forno a apitar.
- A carne ... - Disse.
Ela riu-se e fomos até à cozinha, de mãos dadas, passámos pela mesa e ela elogiou a decoração e a música que se ouvia. Depois de preparar os pratos fomos para a mesa e jantámos enquanto conversávamos sobre as novas aventuras que agora podíamos fazer visto que já andava, passámos à sobremesa, morangos com natas.
Enquanto comíamos retirei um morango e dei-lho, ela trincou e quando ia para comer o resto meti-o na minha boca, ela fez um sorriso maroto e foi em direção aos meus lábios acabando por me beijar, o clima estava a aquecer, as suas mãos tocaram no meu tronco, iam descendo até chegar ao fim da camisola, quando senti a mão dela nas minhas calças puxei-a para mim e ficámos de pé, enquanto nos beijávamos, fomos caminhado pela sala até ser empurrado para o sofá, ela sentou-se por cima de mim, puxando o vestido um pouco para cima para não o rasgar, tirou-me a camisola, estava completamente encantado com ela. De repente lembrei-me do objetivo daquele convite e afastei-a.
- Espera um segundo ... - Pedi.
- O que foi? - Questionou enquanto me beijava o pescoço.
- É que tenho uma coisa para te pedir ... - Enquanto tentava falar, ela beijava-me o resto do tronco, senti os seus lábios a percorrer os meus abdominais, estava a ficar impossível resistir. - Eu amo-te! - Tinha sido a primeira vez na minha vida que tinha declarado o meu amor assim a alguém.
Ela parou, olhou-me nos olhos e retribuiu o sentimento.
- Queres namorar comigo? - Perguntei nervoso.
Desde que voltei a andar só conduzi uma dúzia de vezes e sempre para locais próximos, esta seria a viagem mais longa depois da recuperação mas valeria a pena só para a aniquilar.
Cheguei à academia de dança e fiquei dentro do carro. Com o telemóvel descartável que tinha comprado, liguei-lhe.
- Olá! Temos contas para ajustar, não te parece?
- És um louco, psicopata, assassino! Vou é entregar-te à policia. - A ameaça dela era bem possivel, mas previsível.
- Faz isso e o teu marido morre com um tiro nos cornos neste exato momento. - Disse muito tranquilamente, bluff era o que me iria safar desta vez. - Se tentares comunicar com alguém seja de que forma for eu saberei! Estás vigiada ... - Depois disse-lhe para vir ter comigo a casa do filho, o que a fez exaltar-se e ofender-me de várias formas, sem a deixar desligar mantive a comunicação.
Vi-a a sair desesperada da academia, liguei o meu carro, ela entro no seu, meti o sinto, ela arrancou, segui-a até ao destino.
Àquela hora a rua estava deserta, as pessoas estavam a trabalhar ou na escola, ela estacionou e correu para a porta do filho. Parei o carro, arranjei a arma e saí em direção à porta da casa, ela procurava rapidamente a chave na mala quando lhe toquei com a arma nas costas, ela assustou-se e eu mandei-a calar-se e abrir a porta, assim fez apesar de ter demorado mais um minuto até encontrar a chave. Entrámos e mandei-a sentar-se no sofá, eu fiquei de pé a olhar para ela.
- Então Leona como está? Já não nos víamos há mais ou menos seis meses ... - Ironizei. - Não tem nada para me dizer? - Enquanto falava apontava-lhe a arma.
- Seu desgraçado! Onde está o meu marido? - Perguntou.
- Bluff! - Ri.
- Eu sei que foste tu que mataste o Zack! Como foste capaz? - Começou a chorar. - Vocês eram amigos! E como é que voltaste a andar? - A raiva tinha-se apoderado dela.
O Zack tinha sido a minha segunda vítima, ele só morreu por causa da mãe e agora aqui estava ela a vingar-se pelo filho, que irónico. Só não percebi como é que ela descobriu que tinha sido eu.
- Mas como é que descobriu? - Perguntei curioso.
- A mensagem que me enviaste dizia "Olá mãe, estou com uma problema. Preciso que venha cá! Beijinho.", primeiro o Zack nunca me tratou por você e depois ele nunca escreveria beijinho, mesmo assim vim cá a casa e quando cheguei vi a cena macabra que encenaste, o corpo dele já sem vida a boiar na piscina, és maquiavélico!
- Mas isso não explica o facto de saber que fui eu!
- Tu combinaste um encontro com ele! Para teu azar eu falei ao telemóvel com ele depois disso e disse-me que naquele dia iria ficar em casa e que ia passar a tarde contigo. - Aquela revelação tinha-me apanhado de surpresa, afinal não tinha sido tão cuidadoso como pensava.
- A quem é que contou? - Perguntei enquanto continuava de arma em riste.
- Só eu sei, por enquanto! Pensei que tinhas morrido, mas depois ligaste-me e agora estás a andar. - Fez uma pausa. - Não entendo como é que é possivel! És um demónio! - Disse confusa.
- Não! Só sou um ser com muita sorte! Fisioterapia e uma queda acidental foram a fórmula para o sucesso. Mas isso agora não interessa! - Calei-me e deixei o silêncio imperar.
Podia torturá-la mas decidi ser rápido e despachar aquilo rapidamente, não sem antes criar uma situação de suicídio, obrigando-a a escrever uma carta de despedida e a dizer que não conseguia viver sem o filho, depois aproximei-me dela encostei a pistola à cabeça e disparei. Ela tombou sobre o sofá, coloquei-lhe a arma na mão e olhei uma última vez para a situação com o dever de missão comprida. Agora poderia voltar a ser eu, livre e feliz.
Tinha regressado a casa, faltava uma hora para a Mirna chegar, estava a tomar um banho de imersão para relaxar, depois de tanta confusão nos últimos meses merecia. Quando saí da banheira, vesti-me e arranjei a mesa, enquanto o jantar ficava pronto, acendi umas velas e liguei a música, para criar um ambiente descontraído. Tocaram à campainha, devia ser ela, sentei-me na cadeira de rodas e fui abrir a porta.
Quando a vi o meu coração disparou, estava num justo vestido preto, o que deixava transparecer a sua bela forma física, o cabelo cobria-lhe os ombros e o sorriso iluminava-me os olhos, demos um beijo e pedi-lhe para entrar e sentar-se no sofá, ela assim fez.
- Como sabes eu gosto muito de estar contigo e confio imenso em ti, por isso gostava que fosses a primeira a ver ... - Aquela era uma prova de amor e confiança que lhe estava a dar.
- Estás a deixar-me nervosa!
- Desde que te conheci ganhei uma nova força e coragem para tentar. - Não era de todo verdade mas eram palavras bonitas de se dizer. - Foi graças a ti que consegui ... - Lentamente fui-me levantando da cadeira até ficar de pé.
O seu rosto era de pura surpresa, estava a olhar para mim de boca aberta sem dizer nada. Talvez tivesse cometido um erro ao confiar nela, se calhar ainda era demasiado cedo. De repente ela abraçou-me e agradeceu por lhe ter contado. Beijei-a e ficámos ali abraçados durante uns minutos até ouvir o forno a apitar.
- A carne ... - Disse.
Ela riu-se e fomos até à cozinha, de mãos dadas, passámos pela mesa e ela elogiou a decoração e a música que se ouvia. Depois de preparar os pratos fomos para a mesa e jantámos enquanto conversávamos sobre as novas aventuras que agora podíamos fazer visto que já andava, passámos à sobremesa, morangos com natas.
Enquanto comíamos retirei um morango e dei-lho, ela trincou e quando ia para comer o resto meti-o na minha boca, ela fez um sorriso maroto e foi em direção aos meus lábios acabando por me beijar, o clima estava a aquecer, as suas mãos tocaram no meu tronco, iam descendo até chegar ao fim da camisola, quando senti a mão dela nas minhas calças puxei-a para mim e ficámos de pé, enquanto nos beijávamos, fomos caminhado pela sala até ser empurrado para o sofá, ela sentou-se por cima de mim, puxando o vestido um pouco para cima para não o rasgar, tirou-me a camisola, estava completamente encantado com ela. De repente lembrei-me do objetivo daquele convite e afastei-a.
- Espera um segundo ... - Pedi.
- O que foi? - Questionou enquanto me beijava o pescoço.
- É que tenho uma coisa para te pedir ... - Enquanto tentava falar, ela beijava-me o resto do tronco, senti os seus lábios a percorrer os meus abdominais, estava a ficar impossível resistir. - Eu amo-te! - Tinha sido a primeira vez na minha vida que tinha declarado o meu amor assim a alguém.
Ela parou, olhou-me nos olhos e retribuiu o sentimento.
- Queres namorar comigo? - Perguntei nervoso.
Próximo capítulo, aqui.
O que achas que irá acontecer no próximo e último capítulo da segunda temporada?
Ele é romântico??? OMD, nem sabia que era possível :p estou a adorar. Finalmente arranjei tempo para cá vir!
ResponderEliminarE tal como prometeste viste ler!
EliminarParece que a Mirna lhe deu a volta à cabeça ... =P