03. Taça Quebrada
Lea era o nome da amarga terceira vítima. Depois de ter vasculhado, uma semana antes, um pouco mais da sua vida através das redes sociais, descobri que era naquela tarde que ela chegava da sua viagem à Argentina, onde estivera a avaliar a final de uma competição de dança. Através do seu perfil consegui ficar a saber pormenores mais reservados da sua vida, como o hotel onde ficou hospedada, quais as suas refeições diárias e os locais onde esteve.
O seu marido tinha-a ido buscar ao aeroporto, estavam naquele momento à porta de casa deles a retirar as bagagens do porta-malas, eu sentado dentro do meu carro observava tudo. Entraram em casa, eu fiquei dentro do carro, abri o porta-luvas e conferi se lá estava o novo punhal que iria utilizar, viu-o e fechei a tampa.
Momentos depois, quando me preparava para sair e aproximar-me da casa, vi-a sair apressada em direção ao carro, tinha um vestido branco e uns sapatos de salto alto vermelhos, imediatamente liguei o meu e esperei para ver onde ela ia, ligou-o e depois arrancou, segui-a deixando um espaço de distância, não queria que me visse. Virou à esquerda duas vezes, depois seguiu alguns minutos em frente e por fim virou à direita, ela estava a dirigir-se para o seu escritório. Saiu do carro, quase que desfilava naquela roupa, parei um pouco atrás vendo tudo, o escritório estava fechado, logo aquele era um bom momento para o ataque. Até agora, esta seria a morte que me daria mais prazer.
Meti um gorro e enfiei as luvas, tirei o punhal e guardei-o na bolsa que tinha à cintura, não estava ninguém na rua, aquele era o momento de avançar. Sai do carro e fechei-o, encaminhei-me para a porta quando a tentei empurrar reparei que esta estava trancada, um pouco impaciente tentei arromba-la mas não estava a resultar, fui dar uma volta à casa para ver se tinha alguma janela aberta, nada no rés-do-chão até quando olho para cima e vejo que existe uma entrada, olhei em volta e reparei que existia um poste da luz que talvez conseguisse subir. Graças à minha flexibilidade e preparação consegui subir e entrar pela janela, fui dar à casa de banho, já tinha estado naquele escritório portanto sabia onde era cada divisão, no primeiro andar era o escritório dela, a sala de reuniões e esta casa de banho, saí sem fazer barulho e fui para a sala, quando entrei reparei na longa mesa ao centro e num canto a aparelhagem, ironicamente meti a tocar, com o volume no máximo, uma música que me diz muito e sai escondendo-me ao lado de um armário, do lado oposto do escritório dela. De repente ouço a porta a abrir-se e o som dos saltos a dirigirem-se para a sala das reuniões, nesse instante esgueiro-me para o escritório dela e abro a bolsa para ter acesso rápido ao punhal, a música parou.
Ela regressa ao escritório e depois de fechar a porta e se dirigir para a cadeira eu apareci e cumprimentei-a. O susto na cara dela foi imediato, a mulher que gostava de enfrentar tudo e todos estava agora com medo de mim. Ela levantou-se e perguntou-me o que queria, não lhe respondi e apenas retirei o punhal da bolsa, apavorada pegou numa das taças que tinha no aparador atrás da secretária e lançou-a contra mim, por sorte consegui-me desviar e não levar com ela, esta foi bater nas garrafas que estavam atrás de mim e partiu-as, quebrando também a taça.
Olhei-a nos olhos e corri disparado a ela, a raiva que tinha era gigante, era ela a principal culpada, virei a secretária e tudo o que estava em cima dela foi parar ao chão, a Lea ficou como petrificada, pois não se conseguia mexer. Peguei-lhe pelo pescoço e fui apertando cada vez mais, ela só pedia para eu parar, mas estava-me a dar um gozo tremendo vê-la a implorar, dei-lhe um murro que a fez desequilibrar-se e cair no meio do chão, esta estava estendida a tentar respirar, sentei-me em cima dela e depois com o punhal na mão aproximei-me da cara e fiz-lhe um corte, eu queria que ela sofresse e senti-se dor tal como eu já sentira no passado, os gritos de agonia dela só me incentivavam a continuar, com uma mão a segurar o punhal e a outra a segurar o braço, comecei a cortar bem lentamente desde o ombro até ao pulso, os gritos dela estavam demasiado altos o que me fez parar e dar-lhe um murro deixando-a a sangrar do nariz, Lea só implorava para eu não lhe fazer mais nada, tranquilizei-a e disse-lhe que tudo ia acabar naquele segundo, depois disto espetei-lhe o punhal no coração manchando ainda mais o vestido que nesta altura já deixara de ser branco.
Levantei-me, retirei-lhe os sapatos para ficar com uma recordação dela e depois antes de me ir embora ainda lhe peguei no telemóvel. Visto que esta registava tudo da sua vida nas redes sociais achei por bem fotografá-la na hora da sua morte e publicar online. Coloquei-lhe o telemóvel na mão e depois sai, fechando todas as portas. A principal estava com a chave por dentro o que me fez deixá-la aberta para quem quisesse entrar e por algum motivo não tivesse chave.
Entrei no carro e liguei-o, aumentei o volume do rádio e vim-me embora já mais relaxado.
Amanhã teria mais uma grande emoção, tinha de estar à porta da escola básica porque a penúltima vítima estaria lá...
Próximo capítulo, aqui.
Tens filtros nas tuas publicações das redes sociais?
Muito intenso!
ResponderEliminarBjxxx
Ainda bem que achaste isso. Era o objetivo! =D
EliminarGostaste?
Beijinhos.
Mais um excelente capítulo de nos prender ao ecrã até ao último segundo :) e respondendo à tua pergunta: raramente publico coisas online, principalmente fotografias de locais onde estive e quando publico muitas vezes nem é no dia em que as tirei, chega a ser meses depois de serem tiradas e sempre com filtros de privacidade para que apenas um pequeno grupo de pessoas as possa ver
ResponderEliminarMuito obrigado pelo teu comentário. =D E o que achas deste senhor que anda por aí a matar pessoas com uma grande ironia, tal como publicar a foto da Lea morta?
EliminarEntendo perfeitamente só deixares ver um pequeno grupo de pessoas. Eu faço o mesmo nas redes sociais pessoais, para além de só aceitar pessoas que conheço, as publicações são privadas para os amigos.